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Nas últimas semanas, o Bitcoin enfrentou fortes oscilações, passando de uma alta histórica de mais de US$ 70 mil (R$ 385 mil) em março deste ano para cerca de US$ 60 mil (R$ 330 mil) recentemente. Este movimento ocorre em meio a preocupações com a crescente dívida pública dos Estados Unidos, que atualmente soma US$ 35 trilhões (R$ 192 trilhões).
O temor de uma desvalorização contínua do dólar aumentou após declarações de Elon Musk, que alertou sobre a possível “destruição” da moeda americana, sugerindo que o país poderia enfrentar uma grave crise financeira. A situação se agrava com a proposta do ex-presidente Donald Trump de lidar com a dívida, gerando incerteza entre os investidores.
Zach Pandl, diretor de pesquisa da Grayscale, destacou que o Bitcoin, que atingiu um valor de mercado de US$ 1 trilhão (R$ 5,5 trilhões) durante um período de fortalecimento do dólar, pode experimentar um aumento significativo de valor se a moeda americana continuar a depreciar.
O declínio do dólar também está relacionado às expectativas de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve, com um possível anúncio durante o simpósio econômico de Jackson Hole. Segundo Athanasios Vamvakidis, chefe de estratégia do Bank of America, a supervalorização atual do dólar poderá ser corrigida, o que poderia impactar ainda mais o cenário econômico global.
Enquanto o Bitcoin e o dólar mostram volatilidade, o ouro, tradicionalmente visto como um refúgio seguro, atingiu novos patamares históricos em meio a temores de instabilidade internacional. O analista Adam Morgan McCarthy, da Kaiko, observa que, apesar da crescente importância do Bitcoin, muitos investidores ainda preferem o ouro em tempos de incerteza.
Com investidores institucionais comprando Bitcoin em períodos de queda, especialistas como Matt Hougan, da Bitwise, acreditam que essa criptomoeda está preparada para um crescimento contínuo, especialmente com o apoio dos ETFs de Bitcoin à vista, que têm ganhado popularidade em Wall Street. Este cenário reforça a expectativa de que o Bitcoin possa se valorizar ainda mais, rivalizando com o ouro como um ativo de refúgio.