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Um homem de 47 anos, Jeferson Broseghine de Andrade, foi preso nesta terça-feira (5) em Vitória, Espírito Santo, 18 anos após ser condenado pela morte de um policial militar. O crime ocorreu em 2006, na Serra, quando Jeferson, então funcionário de um supermercado, arquitetou o roubo de um malote de dinheiro. Durante a ação, o soldado José Raimundo de Souza Neto, que escoltava o malote, foi baleado seis vezes e morreu.
Jeferson foi localizado no bairro Jesus de Nazareth. Desde 2006, o processo contra ele e os demais envolvidos estava em tramitação. Embora sua prisão tenha sido decretada em várias ocasiões, ele teve o direito de recorrer em liberdade. No último dia 29, o mandado definitivo de prisão foi expedido.
De acordo com o diretor de Operações da Polícia Penal, Weleson Vieira de Souza, os policiais monitoraram o veículo que Jeferson utilizava após não encontrá-lo em sua residência. “Ele não tem passagem, nem registro de envolvimento em outros crimes. Trabalhava, inclusive, como supervisor em uma empresa de segurança de São Paulo com filial aqui”, explicou Souza.
A prisão ocorreu na tarde desta terça-feira (4), quando o veículo de Jeferson foi identificado pelas câmeras do Cerco de Segurança da Guarda Municipal de Vitória. O carro foi seguido e abordado.
O diretor da Polícia Penal destacou a importância do trabalho da equipe para solucionar o caso: “No mês passado, saiu a decisão da prisão definitiva. Assim que esse mandado de prisão chegou à nossa Divisão de Busca e Recaptura, iniciaram-se as diligências. Até então, não sabíamos que se tratava de uma vítima policial militar. Assim que tomamos conhecimento, houve uma dedicação maior. Nos dedicamos a apurar todas as denúncias que chegam, mas, envolvendo um policial, era inadmissível que esse crime ficasse sem resposta”, afirmou.
A Guarda Municipal de Vitória, responsável pela abordagem, informou que Jeferson tinha um mandado de prisão por latrocínio e formação de quadrilha, sendo condenado a 21 anos de reclusão. Após a prisão, ele foi levado para a Delegacia Regional de Vitória e, na quarta-feira (5), deu entrada no Centro de Triagem de Viana.
A defesa de Jeferson não foi identificada, e o espaço está aberto para posicionamento. O Ministério Público e o Tribunal de Justiça foram procurados para esclarecer a situação dos outros envolvidos no crime, mas não responderam até a publicação desta reportagem.
Sobre o caso:
José Raimundo, que tinha 38 anos e fazia parte da Polícia Militar desde 1990, atuava na segurança do supermercado em suas horas vagas. Jeferson, que trabalhava na tesouraria do supermercado, era responsável pelo transporte diário de valores. Segundo as investigações, ele passou informações aos comparsas para facilitar o roubo.
No dia do crime, Jeferson dirigia o carro, com o soldado Neto no banco do carona. Ele já havia avisado aos demais que deixaria a janela do seu lado aberta para facilitar o acesso ao soldado. O veículo transportava R$ 8 mil. “Quando Jeferson aproximou-se da padaria, ele parou o carro, facilitando a ação. Eles não deram chance de defesa ao PM, porque sabiam que estava armado”, explicou o delegado Gilson Rocha à época.
José Raimundo ainda tentou sacar sua arma, mas foi baleado seis vezes. O dinheiro e a arma do policial foram roubados.