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Moradores de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, estão presenciando uma transformação na paisagem do Rio Doce, onde bancos de areia e vegetação estão ocupando áreas que deveriam estar submersas. Nesta semana, o nível do rio atingiu o mínimo de 92 centímetros, o mais baixo registrado nos últimos seis anos, de acordo com a Defesa Civil. Já na sexta-feira (6), o nível subiu para 104 centímetros.
Apesar do cenário preocupante, o menor nível histórico ainda permanece o de 2010, quando o rio chegou a apenas 54 centímetros. A Prefeitura de Colatina está monitorando de perto a situação, mas especialistas garantem que, até o momento, não há risco de racionamento de água na cidade.
Mudanças no Rio e Influência Humana
Ronilson Gomes Silva, motorista de aplicativo e morador de Colatina, expressou preocupação com a falta de chuvas e o impacto na agricultura local: “Tá seco demais! As plantações sofrem, as roças sofrem, e o banco de areia só aumentando. A água não vem, não chove”, desabafou.
O professor de manejo ambiental do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), esclarece que os bancos de areia são formados naturalmente, mas a degradação ambiental intensifica o processo. A retirada da vegetação, seja em áreas urbanas ou rurais, facilita o transporte de sedimentos durante fortes chuvas, que acabam depositados no leito do rio, ficando visíveis em épocas de seca.
Impacto da Lama de Mariana e Monitoramento Hídrico
O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015, também acelerou o assoreamento do Rio Doce. A lama despejada no rio foi estimada em 40 milhões de metros cúbicos de sedimentos, que contribuíram para o agravamento da situação atual.
A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) tem acompanhado a estiagem e o volume dos rios, garantindo que, apesar dos baixos níveis, não há previsão de desabastecimento no Espírito Santo. Contudo, a agência ressaltou que, desde junho de 2024, o estado está em Estado de Atenção, com recomendações para o uso racional da água e medidas de economia em diversos setores.
As autoridades destacam a importância de redobrar os cuidados com o consumo de água, além de práticas mais sustentáveis de irrigação e reuso nos processos industriais.