Tempo de leitura: 2 minutos
A crise financeira dos Correios se agrava e impacta diretamente seus funcionários. Em meio a um cenário de possível insolvência, a estatal atrasou parte dos salários referentes ao mês de janeiro, especialmente no estado de São Paulo. O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares de São Paulo (Sintect-SP) cobrou explicações e providências urgentes para regularizar a situação.
De acordo com Elias Cesário de Brito Junior, presidente do sindicato, diversos trabalhadores relataram não terem recebido o pagamento no último dia do mês, o que resultou em dificuldades financeiras como atraso no pagamento de contas essenciais, aluguel e financiamentos. Além disso, algumas funcionárias informaram que não conseguiram comprar remédios para seus filhos com necessidades especiais, agravando ainda mais a situação das famílias afetadas.
Motivos do atraso salarial
Os Correios justificaram o atraso alegando inconsistências em algumas rubricas salariais e problemas com dados bancários desatualizados, afetando o pagamento de 124 funcionários. No entanto, o sindicato contesta esse número e promete tomar medidas legais contra o descumprimento do acordo trabalhista.
Outra crítica levantada pela entidade sindical é a centralização dos serviços de Recursos Humanos em Minas Gerais, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro possuem o maior número de servidores. Segundo o sindicato, essa decisão gerou dificuldades na gestão da folha de pagamento e pode ter contribuído para o atraso salarial.
Déficit bilionário ameaça futuro da estatal
Os Correios acumulam um prejuízo histórico de R$ 2 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, um dos piores desempenhos já registrados pela empresa. Esse déficit se aproxima do recorde negativo de R$ 2,1 bilhões, registrado em 2015.
Diante da crise, a estatal implementou um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões, medida que inclui o encerramento de contratos e a suspensão da contratação de funcionários terceirizados. Ainda assim, a instabilidade financeira levanta preocupações sobre a continuidade dos serviços e o impacto na vida dos funcionários, que agora enfrentam incertezas quanto ao pagamento de seus salários nos próximos meses.