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Na madrugada desta quinta-feira (05), o bitcoin alcançou um marco histórico ao ultrapassar a cotação de US$ 100 mil (R$ 600 mil) pela primeira vez. A criptomoeda, que já enfrentou períodos de alta volatilidade e ceticismo, agora se consolida como um dos ativos financeiros mais relevantes da atualidade. O valor chegou a um pico de US$ 103,9 mil (R$ 623,4 mil) antes de estabilizar em US$ 103,1 mil (R$ 618,6 mil), representando uma alta de 7,62% em apenas 24 horas. Desde o início do ano, a valorização acumulada já ultrapassa 133%, solidificando seu papel na economia global.
Fatores que Impulsionaram o Recorde
O principal catalisador dessa alta foi a nomeação de Paul Atkins para presidir a Securities and Exchange Commission (SEC), a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. A escolha, feita pelo presidente eleito Donald Trump, foi vista como um sinal positivo para o mercado de criptomoedas, já que Atkins é conhecido por adotar uma postura favorável à regulamentação mais leve e à inovação digital.
Trump, que havia sido crítico das criptomoedas em sua gestão anterior, mudou sua posição e prometeu transformar os EUA na “capital mundial das criptomoedas”. Essa promessa trouxe otimismo aos investidores e alimentou a alta das cotações.
A Influência do Passado e o Crescimento do Setor
A trajetória do bitcoin é marcada por histórias memoráveis. Um exemplo clássico é o caso de Laszlo Hanyecz, que, em 2010, usou 10 mil bitcoins para comprar duas pizzas, em um dos primeiros registros de transações com a criptomoeda. À cotação atual, essas pizzas valeriam impressionantes US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões), tornando-as o jantar mais caro da história.
Desde então, o bitcoin passou por momentos de extrema valorização, como em novembro de 2021, quando atingiu US$ 70 mil, e períodos de queda, como em 2022, após o colapso da exchange FTX, quando seu preço caiu para menos de US$ 17 mil. Porém, em 2024, o cenário mudou significativamente. A autorização para lançar Exchange Traded Funds (ETFs) vinculados ao bitcoin, dada a grandes gestoras como BlackRock e Fidelity, atraiu bilhões de dólares em novos investimentos, reforçando a legitimidade do ativo.
O Mercado de Criptomoedas em Alta
A valorização do bitcoin também impulsionou outras criptomoedas, como o Ether, que registrou alta de 5,4% nas últimas 24 horas, atingindo US$ 3.870 (R$ 23.220). O mercado de criptomoedas, que já enfrentou descrença e críticas no passado, agora é amplamente aceito tanto por investidores institucionais quanto por amadores.
Com a saída iminente de Gary Gensler da presidência da SEC em janeiro, vista como uma notícia positiva pelo setor, espera-se que o ambiente regulatório nos EUA se torne mais favorável. Empresas públicas como Coinbase e figuras como Michael Saylor, da MicroStrategy, veem seus investimentos no ativo digital crescerem exponencialmente, reforçando o entusiasmo em torno do mercado.
Oportunidades e Desafios Futuros
Apesar do otimismo, o bitcoin continua sendo um ativo volátil. Ele é altamente sensível às oscilações da economia global e enfrenta críticas sobre seu impacto ambiental devido ao consumo de energia na mineração. Além disso, o uso por criminosos ainda preocupa: somente no primeiro semestre de 2024, aproximadamente US$ 500 milhões (R$ 3 bilhões) foram movimentados em golpes e pagamentos de resgate.
Ainda assim, o apoio de líderes políticos, como Trump, e a crescente adoção institucional colocam o bitcoin em uma posição de destaque no mercado financeiro global. Originalmente concebido como uma alternativa descentralizada ao sistema bancário, ele agora desfruta de um reconhecimento generalizado.
Com um valor de mercado de cerca de US$ 2,03 trilhões (R$ 12,2 trilhões), o bitcoin supera gigantes como Mastercard, Walmart e JP Morgan Chase – somados. A combinação de inovação, adoção institucional e apoio político indica que o futuro das criptomoedas pode ser ainda mais promissor.
Seja como reserva de valor, meio de investimento ou ferramenta de inovação financeira, o bitcoin segue rompendo barreiras, consolidando-se como o ativo digital que redefiniu o mercado global.