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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (19), um novo aumento na taxa básica de juros, elevando a Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. A decisão, tomada de forma unânime pelos membros do colegiado, reforça o compromisso da autoridade monetária em conter a inflação e garantir a estabilidade econômica.
Segundo o comunicado oficial do Copom, caso o cenário projetado se confirme, o próximo ajuste deverá ser de menor magnitude. O Comitê ressaltou que a política monetária continuará sendo guiada pelo objetivo de levar a inflação à meta estipulada, considerando fatores como a atividade econômica, as expectativas do mercado e os riscos fiscais.
Histórico e Contexto Econômico
Desde setembro de 2024, o Banco Central vem promovendo sucessivos aumentos na taxa Selic, que saltou de 10,5% para os atuais 14,25%. O patamar atual é o mesmo registrado durante a crise econômica de 2015, no governo Dilma Rousseff. Esta é a segunda elevação consecutiva sob a gestão de Gabriel Galípolo, que assumiu a presidência do BC no início do ano.
O aumento dos juros reflete a tentativa de controlar a inflação diante de um cenário de instabilidade fiscal e incertezas políticas. Além disso, a decisão vem em um momento em que o governo discute novas medidas econômicas, incluindo a isenção de impostos para cidadãos com renda mensal inferior a R$ 5.000, o que pode impactar a arrecadação e os gastos públicos.
Impacto para os Consumidores
Embora a Selic influencie diretamente o custo do crédito e os investimentos, a taxa básica de juros ainda está longe dos valores praticados pelos bancos para os consumidores finais. Em janeiro de 2025, a taxa média do cheque especial chegou a 135% ao ano, enquanto os juros do cartão de crédito ultrapassaram 445% anuais. Mesmo com a limitação imposta pela Lei nº 14.690, que restringe os juros sobre faturas parceladas a 100% do valor original da dívida, o crédito para pessoas físicas segue com custo elevado.
O impacto da alta da Selic sobre o crédito ao consumidor e a inflação segue sendo um tema de intenso debate entre economistas. Enquanto alguns argumentam que os juros altos são necessários para segurar a inflação, outros apontam para a ineficiência do modelo brasileiro, onde o aumento da Selic tem efeitos limitados sobre os juros finais pagos pela população, que continuam elevados independentemente dos ajustes promovidos pelo Banco Central.
A próxima reunião do Copom será aguardada com expectativa para avaliar a trajetória da taxa básica e seu impacto sobre a economia brasileira nos próximos meses.