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O Hamas realizou uma cerimônia pública para a devolução dos corpos de quatro reféns israelenses e obrigou a Cruz Vermelha a participar do evento em Khan Yunis, na Faixa de Gaza. O grupo terrorista expôs os caixões em um palco com cartazes propagandísticos, incluindo imagens do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, retratado como Drácula, e mensagens acusando Israel pelas mortes.
Reféns passaram meses em cativeiro antes de serem mortos
Os corpos entregues pertenciam a Shiri Bibas, de 32 anos, seus filhos Ariel, de 4 anos, e Kfir, de apenas 1 ano, além de Oded Lifschitz, de 83 anos. Eles estavam entre os mais de 240 reféns sequestrados pelo Hamas no massacre de 7 de outubro de 2023, quando terroristas invadiram Israel e assassinaram brutalmente cerca de 1.200 pessoas, incluindo mulheres, idosos e crianças.
O caso da família Bibas ganhou notoriedade mundial devido à violência e à crueldade envolvidas. Shiri e seus dois filhos foram sequestrados em sua casa no kibutz Nir Oz, enquanto seu marido, Yarden Bibas, também foi capturado e continua desaparecido. Durante meses, a incerteza sobre o paradeiro da família gerou angústia e pressão internacional pelo retorno dos reféns. O Hamas chegou a divulgar vídeos de Shiri e seus filhos no cativeiro, mas nunca esclareceu as circunstâncias exatas da morte deles.
Oded Lifschitz, por sua vez, foi sequestrado junto com sua esposa, Yocheved Lifschitz, que foi libertada pelo Hamas em outubro. Yocheved revelou que os reféns foram submetidos a condições precárias, sendo mantidos em túneis subterrâneos sem acesso à luz do sol. Oded, um jornalista aposentado e ativista da paz, permaneceu em cativeiro até sua morte.
Cruz Vermelha foi coagida a participar da encenação
A Cruz Vermelha havia solicitado que a entrega ocorresse de forma privada e digna, mas o Hamas impôs a exibição pública, cercada por apoiadores do grupo. Sob ameaça de que os corpos não seriam entregues caso se recusassem a participar, representantes da organização humanitária foram constrangidos a assinar documentos do Hamas no palco, sob os olhares de câmeras e multidões que celebravam a ocasião.
Após a cerimônia, os corpos foram transportados por veículos da Cruz Vermelha e entregues às Forças de Defesa de Israel (IDF) e ao serviço de inteligência Shin Bet, que os encaminharam ao Instituto de Medicina Legal L. Greenberg, em Abu Kabir, para identificação formal.
Repercussão internacional e condenação
O governo israelense condenou a encenação do Hamas, acusando o grupo de prolongar o sofrimento das famílias e usar os corpos como ferramenta política. O presidente de Israel, Isaac Herzog, manifestou pesar e pediu desculpas aos familiares das vítimas, reconhecendo que o Estado falhou em resgatá-los com vida.
O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, classificou a exibição pública dos corpos como “abominável” e uma violação do direito internacional, que exige respeito e dignidade no tratamento de mortos em conflitos armados.
Hamas faz dos reféns, explorando o sofrimento humano para fins de propaganda e barganha política.
Hamas entrega corpos, incluindo bebês, e usa evento para propaganda macabrahttps://t.co/UYyXhR5q4u.
— O Antagonista (@o_antagonista) February 20, 2025