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Após a confirmação da vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, o presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou, na última quarta-feira (6), que vê o retorno do republicano ao poder como uma oportunidade para um “novo começo” nas relações entre Venezuela e Estados Unidos. Durante um pronunciamento transmitido pela emissora estatal VTV, Maduro expressou otimismo em relação à construção de uma relação “ganha-ganha” entre os dois países.
“No primeiro governo de Trump, tivemos muitos desafios, mas vejo agora um novo começo para ambos os países, onde possamos trabalhar juntos para que as coisas prosperem tanto para os Estados Unidos quanto para a Venezuela”, afirmou Maduro. Ele ressaltou que a reeleição de Trump representa uma “chance única” de estabelecer laços mais respeitosos com a América Latina, frisando a necessidade de cooperação mútua.
Esse discurso de Maduro ocorre em um contexto de pressão crescente para que ele reconheça a vitória de Edmundo González, candidato da oposição venezuelana, nas eleições de 28 de julho. Maduro, porém, reforçou críticas ao que considera “intervencionismo estrangeiro” e sublinhou a importância da soberania, afirmando que as soluções para a Venezuela devem ser encontradas no próprio país. “Assim como não interferimos nos assuntos internos dos Estados Unidos, esperamos o mesmo respeito”, disse ele.
Relações Rachadas desde 2019
As relações entre Venezuela e Estados Unidos foram rompidas em 2019, quando Trump, em sua primeira presidência, reconheceu o então líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, rejeitando a legitimidade de Maduro. Na época, Trump declarou que o regime de Maduro era ilegítimo, e afirmou que os Estados Unidos continuariam exercendo pressão econômica e diplomática para restabelecer a democracia venezuelana, incentivando outros países a apoiarem Guaidó.
Atual Administração Americana Mantém a Posição
A postura do governo de Joe Biden e Kamala Harris também seguiu alinhada com a rejeição ao resultado das recentes eleições venezuelanas de julho. Após a decisão do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) que declarou Maduro vencedor, sem apresentar provas detalhadas dos resultados, o governo americano declarou que a eleição “não tem credibilidade”, reforçando seu apoio ao candidato Edmundo González, que, segundo atas verificadas, teria recebido a maioria dos votos.
Tanto na gestão Trump quanto na administração Biden, o governo dos Estados Unidos manteve uma política rígida contra o governo de Maduro, defendendo que o líder venezuelano não representa legitimamente a vontade popular e buscando apoio de aliados para fortalecer a democracia na Venezuela.