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Nesta segunda-feira, 21, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou a necessidade de uma reforma administrativa no governo Lula para possibilitar uma redução sustentável da taxa de juros no país. Atualmente, a Selic, a taxa básica de juros, está fixada em 10,75%, após um aumento de 0,25 ponto percentual decidido na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro.
Campos Neto destacou que há rumores sobre possíveis reformas administrativas após as eleições, as quais ele considera fundamentais para criar as condições necessárias para a queda das taxas de juros. “É muito difícil atingirmos a meta de inflação quando há uma percepção de que a situação fiscal não está ancorada”, afirmou o presidente do BC.
No início de outubro, Campos Neto já havia alertado sobre os riscos de um ajuste artificial nas taxas de juros. Segundo ele, tentar manter os juros baixos sem um controle fiscal adequado pode resultar em aumento da inflação, prejudicando principalmente os mais pobres. “Optar por juros artificialmente baixos sem uma âncora fiscal sólida equivale a ajustar a economia por meio da inflação no médio prazo”, afirmou ele em um evento em São Paulo.
Campos Neto também observou que esse tipo de ajuste tende a transferir renda dos mais vulneráveis, que não conseguem se proteger da inflação, para os mais ricos, que têm mais meios para se proteger.
A taxa Selic, definida pelo Banco Central, é o principal instrumento de política monetária para controlar a inflação no Brasil e influencia diretamente as demais taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.