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O Banco Central divulgou nesta quinta-feira (25) que o Brasil apresentou um déficit em transações correntes de US$ 4,029 bilhões (R$ 22 bilhões) em junho, superando as previsões do mercado. Em comparação, o saldo negativo foi de US$ 182 milhões (R$ 1 bilhão) no mesmo mês de 2023. O déficit acumulado em 12 meses agora corresponde a 1,41% do Produto Interno Bruto (PIB).
Especialistas consultados pela Reuters previam um déficit de US$ 3,0 bilhões (R$ 17 bilhões) para o mês, tornando o resultado mais desfavorável do que o esperado.
No entanto, os investimentos diretos no país em junho foram positivos, totalizando US$ 6,269 bilhões (R$ 35 bilhões). Este valor é superior aos US$ 3,3 bilhões (R$ 18 bilhões) previstos e bem acima dos US$ 1,950 bilhão (R$ 10 bilhões) registrados no mesmo período do ano anterior.
A conta de renda primária apresentou um saldo negativo de US$ 6,166 bilhões (R$ 34,8 bilhões), comparado ao déficit de US$ 6,120 bilhões (R$ 34,6 bilhões) em junho do ano anterior. As despesas líquidas de lucros e dividendos, ligadas aos investimentos direto e em carteira, somaram US$ 3,9 bilhões (R$ 22 bilhões), representando um aumento de 5,9% em relação a junho de 2023. As despesas líquidas com juros foram de US$ 2,3 bilhões (R$ 13 bilhões), uma redução de 5,5% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
A balança comercial registrou um superávit de US$ 6,044 bilhões (R$ 34 bilhões), uma queda em relação aos US$ 9,299 bilhões (R$ 52 bilhões) registrados em junho de 2023. As exportações de bens totalizaram US$ 29,3 bilhões (R$ 164 bilhões), uma redução de 1,8% em comparação anual, enquanto as importações de bens cresceram 13,2%, alcançando US$ 23,3 bilhões (R$ 130 bilhões).
O déficit na conta de serviços foi de US$ 4,144 bilhões (R$ 22 bilhões), em comparação aos US$ 3,745 bilhões (R$ 21 bilhões) registrados em junho do ano anterior.
Em um ajuste metodológico, o Banco Central deixou de considerar as compras de ativos em criptomoedas como importações que impactam a balança comercial, uma mudança que segue as diretrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI). Desde 2019, as criptomoedas eram tratadas como bens, o que diminuía o superávit comercial pelo critério do BC devido à alta importação desses ativos pelos brasileiros.